sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Inquietude

Lucy, com preguiça de subir a escada, deitou-se no sofá. Fui lá, pequei-a no colo e a levei pra cima. Fechei a porta do quarto para garantir que não saísse. Contrariada, ela levantou da cama e entrou no banheiro, subiu na pia e alcançou a janela zenital que é onde ela gosta de ficar, bem no alto observando tudo e ninguém podendo pegar nela. Tranquila por saber que ela estava dentro de casa, voltei para minha cama. Estranhei o silêncio, achei melhor ir ver. Ela não estava mais. Pulou para o quintal e sumiu na noite. Desci as escadas esperando encontrá-la lá em baixo no jardim. Que nada. Ganhou o mundo, sumiu no meio da escuridão. Fui ver na rua, chamei, chamei, nada. A rua estava tão vazia, um silêncio, um frescor no ar tão agradável, que eu quase a desculpei por ter saído. Fiquei tentada a dar uma volta mas me dei conta da insensatez que seria isso. Eu, lá fora, aquela hora da madrugada, de camisola, chamando pela gata. Que cena patética. E se um vizinho me vê? Morro de vergonha. Resolvi entrar e me conformar. Tranqueia porta na esperança de ouvir um barulhinho dela voltando. Nada. Apaguei a luz do corredor. A casa ficou completamente no escuro. Deitei. Voltei para o livro. Não conseguia mais me concentrar para ler. Essa filha peluda adolescente sai e não tem hora pra voltar. Eu queria muito saber onde ela foi. Será que foi namorar? Mas ela é castrada. Mesmo assim, pode ter algum amigo. Ah, me senti ridícula, elucubrando sobre a vida amorosa da gata. Deixa pra lá. Já que não conseguia ler, me aquietei para esperar o sono. Fiquei pensando no ar da rua, no sumiço da gata. Na noite cálida lá fora que oferecia suas estrelas a quem quisesse. E não havia ninguém para querê-las.Talvez só os gatos. Como o ser humano é tonto.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

POEM ABOUT TWO ROSES

To my sister Andrea

'I think of you
when I'm happy and my heart overflows.
I think of you
when I'm sad and my soul is stilled.
I think of you
because I can not forget you,
because wherever I go
I carry you with me.
My flower, my daughter,
my sister, my friend,
my sunshine...

I hope to see your face
as the flowers wait for the sun.
We'll run in the garden,
hear the singinf of birds,
see the buds os spring
and make music of our stories
and poems of our sorrow
and SOMEONE will be happy to hear.'


November, 10th 2012